Às vezes tenho dúvida de minhas escolhas e de atitudes que tomei e tomo. Cada vez que faço algo, discuto, brigo, exijo; fico na dúvida se fiz o certo ou se agi de forma exagerada. Quando estou em euforia eu não ajo, reajo. Sou uma explosão de sentimentos e ações.
Tenho o hábito de relembrar as coisas que já fiz. Analisá-las tirar ensinamentos dos meus erros e preservar os acertos. Mas é sério. Não gosto de lembrar, fiz muitas coisas que não precisava. Na hora parecia o certo, o mais legal, o mais gostoso, mas eu podia ter maneirado ou até nem feito algumas coisas.
Aí fico questionando. “Quando estou agindo de forma acertada?” “Algum dia agi de forma equilibrada?” Isto foi bom ou ruim?” “Ou é apenas uma característica minha?”
Não sei, não sei de nada. Hoje, penso mais antes de falar, porque não sei se sou sã, se minhas opiniões e ações estão corretas. Analisando-me hoje, acho que melhorei demais, muitos anos de terapia, muitos anos de medicação. Achei um anjo (meu psiquiatra) que acertou na medicação e no meu diagnóstico.
O outro psiquiatra que eu ia, disse que eu não era bipolar. Eu falei, mostrei meus sintomas para ele, tentei argumentar. Ele disse, “Está aqui a sua receita, se você quiser argumentar ou falar algo, procure um psicólogo, eles que escutam, eu só dou a receita”. Nem preciso dizer que foi a última vez que eu o vi. Andei em alguns médicos até achar meu anjo. Meu anjo me deixou equilibrada, é bom, mas o ruim de estar equilibrada é que paro para pensar no que já fiz. Parece filme.
É melhor parar de pensar nisto e me concentrar no presente. Se sou sã? Não sei. Mas tenho agora o meu anjo para me ajudar.
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